sábado, 27 de dezembro de 2008

Soneto 1 - A três Homens.

Soneto: A TRÊS HOMENS.

São três homens morenos
Que correm nas ruas
Debaixo da lua
Que ilumina o teto dos casebres.

Que correm na noite
Com o coração de metal
Que balança no peito
E, parece refeito pelo SOL.

De onde vens correndo, atletas
Que pelos caminhos.
Pisaram em pétalas?

São eles, errantes poetas,
Almas perdidas
No caminho da POESIA.

Caldeirão grande, julho de 1980.

POESIA 02 - PECADO E REMISSÃO.

Tentei fugir,
Tentei remir,
Os meus pecados.

Outrora tão louco.
Pensamentos absortos.
Eu era feliz.

Não degladiva tão só o meu intimo.
Não havia reviravoltas,
Dentro de mim.

Mesmo com os pecados
Contundentes e perspicazes,
Que feriam no coração,
As almas daquelas
Que ao menos sabiam ser feliz.

E, eu não quero fugir,
Não quero remir,
Os meus pecados
Acometidos de amor.


SSA, 01/01/88. Alfredo Dy Daí.



Esta obra faz parte do acervo da ORTODONTO clinica.ACrílico sobre tela 120 X 100 cm.
Ela foi concebida, em 133 horas, seguidas.É uma representação da Luz Solar, o painel central em branco representa o globo com, uma pirámide Egipcia, representando os 4 pontos de equilíbrio através da energia cosmica curadora.
Ao centro o olho que tudo vê, pois qualquer lado que voce se move na sala ele te acompanha, há pessoas que não resiste a este olhar e fogem, sentem-se vigiadas, ficam desconfiadas. pois, ao olho divino nada escapa.



Esta obra faz parte do acervo da ORTODONTO CLINICA, esta Pintura Acrílica sobre tela,mede 50X60 cm. foi concebida de uma forma inusitada, o fundo foi pintado com as mãos, e as flores (os coliopsis) amarelos pintados com os dedos, a assinatura do artísta com um palito de fósforo, concebida em apenas duas horas.
Autor: Alfredo Dy Dai.

POESIA 03 - VIAGEM DO SONHO.

VIAGEM DO SONHO.


Para: Maria do Carmo Conceição.

Andei nas galáxias,
A procura de te.
Segui a minha via láctea,
Quando! Deparei num buraco solar.
E os ecos sonoros de tua voz.
No código secreto do amor.
As tilitipagens eram cada vez
Mais filiformes.
Foi ai quando o sopro morno,
Da cauda duma estrela
Arrebatou meu ser,
Numa milionésima fração de segundos,
Estava eu no planeta terra, aterrizando em Ribeira do Pombal,
Na casa de Luzinete!
Tomando meu café matinal.


R. do Pombal, 15/10/1984. Alfredo Dy Daí.

POESIA 04 - FUGA E DESEJO.

FUGA E DESEJO


Socorro!
Socorro!
Acuda-me, desta fúria.
Louca de pecar.
Só estes lábios macios, carnudos.
Eu já vejo teus seios desnudos,
Onde mato minha sede.
E, peço socorro.
Nesta doce volúpia.
Socorro!
Socorro!
Já não posso pecar.



VC. 20.12.1996. Alfredo Dy Daí.



Esta obra faz parte do acervo da clinica ORTODONTO, MEDE 50 x 60 CM. Oleo sobre tela, reproduzida após um sonho que concretizou, após uma viagem para uma fazenda.
Ao acordar no amanhecer, havia em frente a fazenda um lago e um Juazeiro folhaz que com a luz da lua, refletia esta linda paisagem.



Está obra faz parte do acervo da ortodonto CLINICA, Aquarela sobre papel Canson A4, pintada com pinceis de pêlos de marta, esta obra é a numero 1 da coleção, que contém 3 obras, que
onde a representação da linha do horizonte, O ponto de fuga e a representação artística da distancia, é uma obra realizada, através da dissecação de cadaveres no ICS(Instituto de Ciências da Saúde)
da Universidade Federal da Bahia, tornando mais próximo da realidade, porém um lado representa o grupo de músculos superficiais e outro lado o grupo de músculos profundos da face.

Está obra faz parte do acervo da ortodonto CLINICA, Aquarela sobre papel Canson A4, pintada com pincel de pêlo de marta, esta obra é a numero 2 da coleção, que contém 3 obras.
onde a representação da linha do horisonte,O ponto de fuga e a representação artística da distancia, é uma obra realizada, através da dissecação de cadaveres no ICS(Instituto de Ciências da Saúde)
da Universidade Federal da Bahia, tornando mais próximo da realidade, porém um lado representa o grupo de músculos superficiais do braço e antebraço esquerdo, musculos da face e costelas de uma forma artística e descontraída em seu colorido.






Está obra faz parte do acervo da ORTODONTO CLINICA, Aquarela sobre papel Canson A4, pintada com pincel de pêlo de marta, esta obra é a numero 3 da coleção, que contém 3 obras.
onde a representação da linha do horisonte,O ponto de fuga e a representação artística da distancia, é uma obra realizada, através da dissecação de cadaveres no ICS(Instituto de Ciências da Saúde)
da Universidade Federal da Bahia, tornando mais próximo da realidade, porém um lado representa o grupo de músculos superficiais do braço e ante braço, dando enfase om.Deltóide, como refresentação da força.

POESIA 09 - ISTO NÃO É FELICIDADE.

Eu amei, mas não fui amado.
Eu busquei e não fui buscado.
Eu beijei e não fui beijado.
Eu fui você, quando podia se eu!
Eu gritei em vão na escuridão absal.
Quando podia buscar o meu amor,
E, você se foi...
Foi buscar o que não podia ter.
O teu amor patético, caótico! não?
Você merece a solidão!
Que te assola!
Se te contentas em esvoaçar o mundo
Deixando marcas e feridas...
Alheia aos sofrimentos alheios.
Teu coração! de pedra! já não permites amar.....
Mas... até as pedras dão flores.
Quando acordar da tua viagem.
A irreversibilidade de teus sentimentos fortuitos,
Não mais permites
E... acabarás, só.... só ....sem o teu amor!
Que se foi.......


VC. 25/12/2007. Alfredo Dy Daí.

POESIA 05 - COMUNHÃO

COMUNHÃO

Quero comungar os meus desejos
Sentimentos fraternos nos teus beijos.
Beijos de gratidão.
Que faz voar mundos afora
Pensando em te,
Na tua dedicação, no teu amor ao próximo.
E nas noites do meu sudoeste,
Perambulando ruas afora
Aquecendo almas viventes com teus caldeirões de sopa.
Que mata e alimenta!
Que nutre e faz viver almas, que no acaso do destino,
Obstinadas e loucas
Liberdade dos sem tetos,
Que perambulam ruas afora
E que comungam o descaso da sorte,
Nos becos,
Nas esquinas,
Nas calçadas,
E nas sarjetas.
No vento frio do meu sudoeste, a fome, a miséria, a peste.
E, tu! Com a tua afeição apostoláica,
Estende a tua mão,
Que alimenta e mata.
Nesta comunhão de dar e não receber nada em troca!
Então DEUS lhe pague na eternidade.


Vitória da conquista,16.05.97. Alfredo Dy Daí.

POESIA 06 - O AMOR E O TEMPO.

O AMOR E O TEMPO


Surgi entre as flores,
Mirei-me no espelho do sol,
Mas, não consegui ver-me belo.
Pois, adormeci com o tempo!

O tempo passou e eu dormindo.

O verão acabou e, eu despertei.
Era o inverno que me pulverizou
Com gotas de neblina.
Dormi, acordei.
E brotei entre as flores
No jardim do teu coração.
Acordei sadio e puro
Porque o amor não morre:
Adormece para acordar mais belo.



Alfredo Dy Daí –
Publicado: Jornal Correio da Serra –
Jacobina – Bahia - 15 de Abril de 1978.

POESIA 07 - SINDROME.

SÍNDROME


Estou louco.
Estou louco de amores.
Quando beijei tua boca.
Também louca,
De desejos e desenganos
Beijou-me o lado que não era teu.
E, eu bipartido, sofrido.
Espargi minh’alma até o firmamento,
E, de lá não sei para onde fui.
Só sei que fui louco!
Por você.






SSA, 04 de março 1983. Alfredo Dy Dai

POESIA 08 - MEU REIZINHO.

MEU REIZINHO

Para meu filho: Fabrício C. Santos (Cinho meu rei).


Meu reizinho não é de OURO.
Meu reizinho não é de PAUS.
Meu reizinho não é de COPA.
Meu reizinho é de carne e osso.
Meu reizinho moreno e dorminhoco.
Meu reizinho tem sonhos doirados.
Meu reizinho tem sonhos de Anjo e criança.


V.C. 15/03/99 ........................Alfredo Dy Daí.

POESIA 10 - LADRÕES.

LADRÕES.


I

Rouba um olhar flertivo
Em meio à escuridão.
Pois sente talvez,
Uma melhor descontração.


II.

Com físico perfeito
E, mãos de veludo.
Os olhos são opalinos!
Ou, púrpura! Não as destingui.

III.

Rouba um olhar flertivo.
Em plena sensação.
E, os suspiros vieram,
Com novo encantamento.

IV.

Ao roubar em pleno sol.
A gente se sente culpado.
Mas, ninguém importa.
Pois somos eternos ladrões.
De amor!!!



Alfredo Dy Daí. SSA. 11/11/1980.

POESIA 11 - MINHA ESTRELA SÍRIUS

Massas de ventos solares
Transforma nebulosas planetárias
Em frias noites solares
Que perdem a cada dia, suas massas.
Tornando-se nebulosas brancas
Um gás quente flutua do seu interior, onde
A força da gravidade, seqüestra de forma orbital
A energia e se degeneram.
Como a luz do meu coração nebuloso.
Buracos negros, estrela neutras, sem hidrogênio.
Resistências mútuas de elétrons desintegrados,
Pois “tu és do pó e ao pó voltarás”.
Como a poeira dos ventos solares
Estavas nas cinzas, transformando Hidrogênio em gás hélio e a este fundindo-se em Deutério.
Minha anã mais bela, como a Sírius luminosa do Natal.
Teu brilho me faz viver feliz.



Alfredo Dy Daí. V.C. 11 de março 2007.

POESIA 12 - NA CATEDRAL

Hoje um sino tocou.
Tua alma repleta de paz.
O mundo em volta cinzento e frio.
Teu coração bate repleto de paz.
Teus desejos atendidos.
Teu pensamento foge!
Para longe da alma absorta.
Teu coração enfeitado de flores!
E dia de paz.
E dia de amor,
O sino toca, hoje teu aniversario!!!
Teu coração bate sereno de paz e amor.
Parabéns!!!!!!!!!
Pelos teus anos de paz, conquistas e amores!!!
Feliz Aniversário!!!!!!!

V.C. 01/11/2006 Alfredo Dy Daí. 2006.

POESIA 13 - EU, ELA E EU.

Para minha Mãe: Daí.

Furioso e manso,
Calado, gentil.
Morno como a cauda do cometa.
Aqueça minhas tetas,
Onde beberei o leite magmático,
Do meu vulcão,
Da minha paixão,
Sofrida.
Incontida.
Busquei em ti.
Quando quis ser eu de novo.
Não pude me tornei ovo.
E, dai me transformei.
Feito mitoses de sonhos,
Não sei se ela ou eu.
Larvas de sonhos e amores
Quando expelia em dores,
Teu útero me fez nascer.




SSA - 1980. Alfredo Dy Dai.

POESIA 14 - EU E TU.

E, eu na noite!
Tu! Na noite!
Vazia...
A lua sem segredo,
Teu medo.
Acelera o palpitante coração.
Toco na tua mão macia.
Arrepia meu corpo inteiro.
E, eu na noite vazia,
Buscava o calor do teu corpo.
Que se esvai, em meio a neblina.
Apenas a silhueta do teu corpo,
Fica na mente conturbada pelo álcool,
E, se esvai, na neblina forasteira e sagaz.
Apenas a lembrança de quem ama e foge.




Alfredo Dy Daí. 12/03/1999.

POESIA 15 - ANJO DAS PERNAS TORTAS.

ANJO DAS PERNAS TORTAS.
Para meu Filho: Fábio C. Santos.

Como o anjo mais rebelde
De pernas tortas e jeito infantil.
A tua meiguice angelical
Combina com tuas pernas.

O teu mundo é uma bola celeste.
Quer sapatear e chutar estrelas
Chuta a bola celeste e....
Lá vai ele
O anjo das pernas tortas,
Meu moleque.
Mais um drible
E grita goooool!
Do fundo da garganta golasco.
Pra ele foi mais um furação canhoto
Que dispara rumo ao sol.
E, lá vai ele.
De repente para! Cansado...
Estafado, me beija,
Suado me envolve de amor e dorme.
Junto a outro anjo,
O anjo azul,
Ao balanço da rede
No vai e vem entorpeante
E, sonha a noite inteira
Com o goooool.

Alfredo Dy Daí. Salvador, 25/11/1988.

POESIA 16 - ÁRVORE.

ÁRVORE



Chora galho de arvore criança.
Um malvado homem a cortou.
Os teus braços, o teu sangue incolor,
Escorre, respinga galho a galho!
Folha a folha e vai banhar o solo infértil.
Pois também o destruíram da sua proteção.
E agora você!
E ele depois chora,
Ao meio no deserto
Qual construiu.










SSA. 07/01/87. Alfredo Dy Dai.

POESIA 17 - LAÇOS.

LAÇOS


Diante de tantos dissabores,
Nossas vidas realçam, entrelaçam,
Como nós de uma tapeçaria.
Com os tons dos amores,
Sem vida, sem cores.
Assim somos nós.
Almas que alimentam,
Que buscam,
Que amam.
Que rolam nas colchas,
Brancas e macias,
Quando entrelaçados,
Nos braços, nos abraços,
Se amam e se confundem.



VC. 17. 02.1993 Alfredo Dy Dai.

POESIA 18 - SOU......

Bata-me
Bata mais,
Poe mais força.
Abra a tua mão de gigante.
As minhas nádegas macias,
Foram feitas para ti.
Abra a tua mão e bata-me.
Não sinto dores,
Quero sofrer mais.
Quero o calor das pancadas,
Dos homens,
Das mulheres,
Das crianças.
Preciso ser esbofeteada,
Para sentir em mim,
A alegria de ser.
Bata-me!
Bata-me! Sou (Peteca) PE...TE...CA....


SSA - 04/03/83 Alfredo Dy Daí.

PRECE 01 - PARA SEU ANJO DA GUARDA.

PRECE DO ANJO DA GUARDA

Espíritos Sábios, bem fazejos e mensageiros de DEUS.
Que tendes por missão amparar os homens e guia-los pelos bons caminhos.
Sustentai-me nas provações desta vida.
Da-me a força de sofrer sem murmurar.
E livra-me dos maus espíritos que tendem a induzir-me ao mal.
Esclarecei-me a minha consciência sobre as minhas faltas,
E tira dos meus olhos a venda do orgulho.
Que poderia impedir de percebê-las
E, confessar a mim mesmo.
E especialmente vós meu anjo da guarda,
Que muito em particular zelai por mim.
E, todos vozes espíritos protetores.
Que por mim interessais,
Fazeis que os tornem dignos da tua proteção.
Conheceis as minhas necessidades,
Que ela seja satisfeita,
Como forem os desígnios de DEUS

POESIA 19 - NA CATEDRAL

NA CATEDRAL

Hoje um sino tocou.
Tua alma repleta de paz.
O mundo em volta cinzento e frio.
Teu coração bate repleto de paz.
Teus desejos atendidos.
Teu pensamento foge!
Para longe da alma absorta.
Teu coração enfeitado de flores!
E dia de paz.
E dia de amor,
O sino toca, hoje teu aniversario!!!
Teu coração bate sereno de paz e amor.
Parabéns!!!!!!!!!
Pelos teus anos de paz, conquistas e amores!!!
Feliz Aniversário!!!!!!!

V.C. 01/11/2006 Alfredo Dy Daí. 2006.

POESIA 20 - HOMENS.

HOMENS.

Homem de mármore,
Os músculos, marmóreo também.
Não foram feitos para explodirem,
Na face delicada da moça insensata.
Que tem os cabelos nevados,
As mãos brancas como tapioca.
O coração gelado,
Também petrificado,
Como as rochas do deserto,
Ou coisa assim, mas, você não!
Homem de mármore.
Teus músculos refeitos pelo sol,
Transmite ternura e carinho.
E, tu moça insensata
Pode esvair pelo mundo afora,
A tua índole de filistéia.

Salvador, 08/03/83 Alfredo Dy Daí.

POESIA 21 - A SÊCA NAS CAATINGAS

Vejo a tristeza que paira nos olhos cacimbados.
Pelo intenso brasido da luz solar,
e, a impiedosa luz, sempre a derramar
Seus raios nos morros, sempre a ofuscar.

Sem uma fôlha nos crispados galhos.
E as pedras sempre a xispar.
Onde a alma da lagoa esturricada,
Pela chuva põe-se a bradar.

Olhos que voltam para o adeus do lar abandonado,
Numa profunda zombaria da vida,
Estão umedecidos pelo pranto.

Mas, lágrimas não mitigam sêde,
Os olhos enxugam no lenço de fogo,
Onde bradam a Deus com tanto arrogo.

As vezes na estrada.
Envolto em miseráveis mulambos,
O cadáver dorme sob apoteose de luz,
Ou sob o brilho das pálidas estrêlas!

Na tortura do estômago sem alimento,
E da garganta sem o alivio de gôta d'água,
Morre sobre o ingrato chão do carrasco.
O leito da ventura, para o desgraçado.

Jacobina 21/06/1976. Alfredo Dy Dai.

POESIA 22 - ESCRAVO DO AMOR.

ESCRAVO DO AMOR

Porque tudo mudou,
Se em nada mudei.
Porque maltratar-me,
Se um pouco chorei.
Silêncio! lábios que ferem,
Mãos que maltratam,
Mãos que semeiam o desprazer.
Dizes o que queres,
Acorrenta-me se quizes,
pois sou escravo do teu amor.

Poesia criada e recitada, na peça sobre "Castro Alves"
Jacobina - 05/05/1976 - no CEDBC.
Alfredo Dy Dai.

poesia 23 - SENTIMENTO DO PASSADO

Quero falar-lhe!
A voz não soa.
Não sei o que lhe diga em meu degredo.
Me sinto acorretado,
Como prisioneiro infeliz,
Contando minutos por minutos,
Nas horas de solidão.
Longe dos homens e das coisas,
A vida é vazia e insentida.
Mas, através das asas da imaginação
Que carrega uma linda canção,
pelos caminhos do passado...

E, na sonoridade de tua voz
Deferidos aos açoites do vento,
Nas folhagens das árvores,
Sobre o túmulo onde jazia o meu passado.


Jacobina, 01/04/1976. Alfredo Dy dai.

SONETO 02 - A ANDORINHA

Numa tarde sombia,
Lancei um olhar.
Estava no espáço, Comecei a fitar.

Uma pobre andorinha,
Arquejante de amor.
Estava tão solitária
Vários gemidos soltou.

Horas tristes como as tardes,
Ningém pode nem pensar,
Aquela triste andorina, gemidos soltou sem parar.

Comparei os seus gemidos
Como uma rosa no mar
Era amor, era saudade, de um belo dia voltar.


Jacobina,12/05/1976. Alfredo Dy Dai

SONETO 03 - O BOIADEIRO.

Onde vais...
homem do chapéu de couro!
Com tanta contiga, com tanto agouro.
Num gesto simples carregando um tesouro.

Couro na sua vida,
Enfeitando a solidão.
Vestido num casaco de couro.
E, com um laço na mão.

Gesto nobre e alegre
Vai embora pro sertão,
Soltando os seus gemidos, alegrando a solidão.

Tu és pobre, tu és nobre,
És a pérola de ação.
Vai embora boiadeiro, pro reino do teu sertão.


Jacobina, 12/05/1976 Alfredo Dy Dai.

Poesia 24 - MÃE E AMIGA

Oh! louca e esvoaçada menina.
Os teus caracois louros sobre a fronte.
Os teus olhos pálidos, grandes, tristes.
Os teus lábios vermehos de pecar.
Os teus desejos meros desejos.
Quando te lança intrépida
Á fúria de alguns beijos,
Esquece da ternura dos teus seios,
Onde me enleio, me envolvo,
E, me perco o gustativo suco,
Como se eu fosse a criança
e você a mãe.
Isto por minutos simplesmente
Pois já não consigo reter na mente
A eternidade dos teus sonhos.
Plácidos sonhos antagônicos,
Inusitada querência de viver.
Viver na fantasiosa esperança
Eu,tu,nós e não você.


SSA. 02.02.83

Poesia 25 - A FLOR

Encontrei a flor,
Triste e quase despetalando.
Pergunte-lhe o que havia
Ela choraminguando, tenta
Dizer com ternura
Quase a enxurrada carregou,
A sua companheira,
flor menina e cheia de encantos.
Que foi para longe, sem sem ao menos beija-la.
E a flor triste relembra
Seu bem querer e murcha,
Tenta transmitir o seu amor de flor.


SSA 05/08/82.

Poesia 26 - A DANÇA

E hora da dança.
E no ritmo da canção dos pássaros,
Eu dançava com o pensamento no infinito.
Sorria, gritava, pulava.
E como o pássaro menino,
Eu também dava a minha lição:
Um máximo de canto,
num mínimo e corpo.
Mas, ao sair o irradiante sol,
Que com seu sorriso pai e todas as gerações,
Veio me dizer maravilhosos coxixos,
Que só eu sei definir com o decorrer do tempo.
Ele também orienta, castiga e abençoa.
Porisso eu não fiz nada à toa,
Apenas sair pelos campos,
A cantar junto com um bando de passarinhos meninos.
Foi lá que encontrei: rosas, cravos, jasmin, margaridas e vioetas.
Que na vida serviu-me de balsamo perfumado
Para me ajudar a vencer,
As tiranias dos insensatos e brutos.

C.Coité, 25/07/79.

Poesia 27 - MEU SERTÃO.

Mal acorda o sol
e já vai batendo asas.
Vai espantando a neblina
forasteira e sagaz.
Ah! se todo dia continuasse
com o frescor da manhã.
O tempo avança,passo a passo
o sol também lentamente,
vai correndo, correndo mundos afora,
Vias-lácteas, estrêlas e, meu sertão.
Castigado, fustigado de desejos e sonhos.

Meros desejos de setanejo.
Há meses que não chove!
Há um dia desses vai chover.
E, o sol malvado castiga
Lança fagulhas doiradas
sobre a terra esfalfada.
O azul celeste de vez em quando,
é manchado por uma nuvem cinzenta,
assustada pelo calor,
indo para bem longe, juntar-se
há outras no céu infinito.

Ao meio dia, sol a pino.
nem almas fugidias do purgatório
conseguem viver longe
de um juazeiro folhaz.

Poesia 28 - FRUTO E SEMENTE.

Você meu rebento!
segmento obtuso.
confuso como o meu próprio ser.
Meus desertos correm nas veias,
me enleia, minha teia,
Fruto do meu próprio ser.
Como eu fôra absorto,
ingênuo, cruel e torto na minha aventura.
Conseguimos sobrepujar o abôrto,
Voce meu fruto, que era quase morto,
Você veio pra ficar.
No seu carisma,
o amor espalhará.
Meu nome perpetuará,
Entre as folhas secas do meu sertão agreste,
Onde o sol e a lua,
Se encontram face a face no crepusculo.
Assim somos nós,
Dois rostos e uma voz.
A ecoar palavras de amor.

V.C. 18/10/1991.

Poesia 29 - SONHOS E AMORES.

Fúria secreta, discreta!
A fúria do teu amor.
Acalentado nas noites friorentas,
Em que te vi sonhar.
Com o meu ser envolto em chamas,
E, voce pedia prá meu ser ficar!
Com todo o meu calor.
Naquela brisa friorenta do amanhecer,
Eu fui perdendo, aquele fluído calorífico,
E, espargi firmamento afora,
Deixando na tua mente,
A doce e terna lembrança,
Nos teus sonhos.


V.Conquista, 20/02/1990.

Poesia 30 - AS DORES.

Envolvido,resentido, pressentindo a.
Maldita solidão.
Fantasma errante.
Cheio de dissabores,
Onde meu ser despercebido,
Aturdido,deixa-se levar,
Pela emoção incontrolável de te amar.
Mesmo na incomensurável distância inter-pensamentos,
Que chocam no espaço,
Na tilitipagem sombria,
Do medo, do desejo comedido.
Onde furtamos nossos sonhos de amores.
Na mais vil e cruel busca,
Depois de sofrer tantas dores.
resentidos, não mais sentimos amores!
Só dores, só dores, só dores...

V. Conquista, 16/06/1994.

Poesia 31 - MINHA VIDA.

Oh!
Minha vida!
Oh!
Minha vida!
Bendizei oh! minha vida!
De tantos amores...
Benditos!
De tantos sofrimentos...
Malditos e benditos!
Pois aprendi a dizer,
Mesmo as coisas que ferem meu ser!
Como os amores benditos
Que ferem sem querer,
Que amam mesmo sem saber,
Ainda bendizem à minha vida.
Da beleza do meu ser,
Bendizei a minha vida,
Cheia de flores, de cores e amores...


V.Conquista, 16/06/1990.